Um Breve Histórico
... "cabe-nos tomar cuidado, pois a vulgarização de teses psicanalíticas pode ter contribuído para sustentar uma ideologia do descompromisso do sujeito com os efeitos do seu desejo e com seus atos." Norberto Carlos Irusta
Em outubro de 2006, Regina Coeli Lise psiquiatra e psicanalista junto com Mariana Ferraz profissional de educação física e em formação em psicanálise, fundam a Ágora - Estúdio de Psicanálise e Circulação de Saber ante a demanda produzida pelos impasses da contemporaneidade em que o sofrimento psíquico tem sido o mote do Mercado e, ambos, sofrimento e mercado são decorrentes do declínio da Ética e da Moral. A primeira denuncia o malogro da subjetivação e a segunda o efeito coletivo de tal falha.
Ágora não tem, tampouco pretende dar, "a resposta" aos embaraços do discurso social. Todavia, chama para si a responsabilidade de contribuir para que se discutam, compartilhem, pesquisem e teorizem propostas para a clínica advinda do insuportável.
Ágora tem o compromisso, inscrito no próprio nome, de acolher os diversos saberes acerca do Homem, porque entende que tão somente na diferença ampliam-se os horizontes e o seu Ⱥ, barrado, denuncia a impossibilidade do todo-saber.
Sustenta-se no discurso da Psicanálise deflagrada por Sigmund Freud e reinventada por Jacques Lacan. Consegue transitar por tantos outros na busca de pontos de intersecções que instiguem o pensar. As divergências são imprescindíveis ao processo de criação como, também, à promoção de liberdade para que cada um faça seu singular trajeto intelectual.
Em 2018 Ágora passou por uma reformulação na constituição de seus membros e consolidou, ainda mais, seu propósito de existir. Nesta nova formação somaram-se Célia Regina Branco Dequech, Janaina Ferraz, Eliane de Araújo Gomes Obladen, Eliane Rachid Furtado e Lucia Freire.
Passados dezoito anos, Ágora firma-se como instituição que a partir das intervenções do privado faz seus desdobramentos no público. A teoria, na psicanálise, constitui-se no encontro com os interrogantes de seu tempo e a capacidade criativa da clínica que a sustenta. Por essa razão, tais inquietações incitam a ampliação da teoria, de técnicas e estratégias especiais como, por exemplo, entre as políticas públicas e as possibilidades de intervenções providas pela psicanálise. Seu status é do singular, contudo os efeitos tocam o coletivo.